ALBERTO VELHO NOGUEIRA
ENTREVISTADO PELA "LER"


Ao decidirem avançar com a publicação na revista LER de uma entrevista do escritor Alberto Velho Nogueira, Francisco José Viegas (director) e José Riço Direitinho (entrevistador) praticaram um acto de justiça.
Num período de grande confusão e rebaixamento na nossa literatura (em que dia a dia se confirma a promoção de génios de papelão e a ocultação de todos quantos servem a palavra com uma arte exigente e questionadora, sem se vergarem a modas, facilidades ou regras de mercado), ler as palavras de alguém como Nogueira confirma que são as veredas e outros caminhos escondidos que levam ao lugar do tesouro. Não estamos condenados a comer apenas sopa literária (por mais saborosa que ela seja); há outros manjares mais substanciais nesta mesa com vários séculos de criação e de frequência.
A escrita de Alberto Velho Nogueira (com as obras de Maria Gabriela Llansol, Fernando Echevarría, C. Ronald, Carlos S. C. Couto, Wilmar Silva e muitos outros) poderá exigir uma caminhada iniciática e uma digestão lenta - mas alimentar-nos-á muito mais do que certos acepipes pseudo-realistas que nunca passarão de comida rápida comprada nos supermercados de uma literatura sem ousadia nem experimentação.

(A partir de uma carta enviada a Francisco José Viegas.)

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