CUMBREÑO EM LISBOA

Ocorreu ontem, na sede do Instituto Cervantes em Lisboa, o lançamento de Teorias da Ordem, do poeta espanhol José María Cumbreño, obra editada pelas edições Sempre-em-Pé, com tradução minha para a língua portuguesa. Foram momentos de grande interesse, compartilhados com a apresentação de um livro de Casimiro de Brito, a partir de intervenção de Ángel Guinda.
Entre as palavras que proferi, já como leitor da antologia, talvez sejam uma síntese aceitável aquelas com que terminei:

"Nascido em 1972 na cidade de Cáceres, onde ainda hoje reside, com textos espalhados por várias revistas e poesia (em verso ou em prosa) publicada em livros como Las ciudades de la llanura (2000), Árboles sin sombra (2003), De los espacios cerrados (2006), Estrategias y métodos para la composición de rompecabezas (2008) e Diccionario de dudas (2009) ou na antologia Teorias da Ordem (2009), José María Cumbreño é uma das vozes que mais me interessam na poesia espanhola dos nossos dias. Feita de fragmentos de seres, de espaços e de memórias, que se combinam de forma por vezes inusitada, sem esconder o seu carácter de estilhaços e de escombros provenientes de uma catástrofe verbal, logo existencial, a sua poesia interpela-nos e inquieta-nos com uma ironia discreta, matizada pela nostalgia de quem vê o mundo por um espelho retrovisor. Porque, num mundo como o nosso, é preciso ter a coragem de “Beber de um copo partido. / Acalmar a sede, mesmo com o risco de conhecer a ferida”. Porque, mais tarde ou mais cedo, os estilhaços provocados pela catástrofe chegarão ao coração."


[Da esquerda para a direita: RV, José María Cumbreño, Casimiro de Brito, Ángel Guinda e José Carlos Marques.]

1 comentário:

Anónimo disse...

Fui muy feliz en este encuentro contigo, Ruy; con Cumbreño, Marques y Casimiro de Brito. Enhorabuena por tu presentación del libro de José María. Salud y abrazo. Angel Guinda.