WILMAR SILVA





arranjo de gaivotas e pampulha, dia 31


eu-menino-do-campo, te faço conviva
e digo que a palavra que escrevo é
origem, invento gaivotas no sertão
ilha é meu corpo de encontro ao teu
aqui, longe, após o inverno da tempestade
verto o amálgama da pampulha veleiro
arco-íris que choram de solidão, eu
agora impávido e celeste, anjo de fogo
eu-espelho d' agua, narciso e orfeu
flautas e flores, eu-pássaro cais e flora -



Creio que este poema é a chave que nos permite entrar na poesia de Wilmar Silva, recentemente publicada em Portugal num volume intitulado Yguarani (Edições Cosmorama). Autor de uma obra invulgar e inclassificável no espaço lusófono, Joaquim Palmeira (outro dos nomes com que assina os seus textos) nasceu a 30 de Abril de 1965 em Rio Paranaíba (Minas Gerais, Brasil) e coordena o projecto Portuguesia, cuja primeira contrantologia foi lançada no passado mês de Julho em Seide, no Centro de Estudos Camilianos. Conhecer melhor o seu trabalho é possível através do seu blogue Cachaprego.

1 comentário:

Anónimo disse...

No Jardim Constantino os livros oferecidos regressam à amizade pelas mesmas mãos!

Joaquim Cardoso Dias