José do Carmo Francisco

Cristovam não é Cristóvão
ou
Esta juventude é um espanto…

A história é complicada mas conta-se em poucas palavras. Tenho dito e escrito já diversas vezes que Portugal é um país de analfabetos e que um escritor é sempre outra coisa. Costumo explicar esta ideia com o caso Alves Redol. Tendo eu vivido em Vila Franca de Xira entre 1961 e 1966 descobri que as pessoas da terra, mesmo as de esquerda, davam mais importância à D. Inocência Redol que tinha um colégio de meninas do que ao escritor António Alves Redol seu irmão. Na revista «Pública» sai há pouco tempo um trabalho do jornalista Adelino Gomes sobre a minha turma de 1962 que deu gente importante a este país. Mas a história é agora outra.
Descobri num livro chamado Jardins com história (Edições Inapa) com coordenação de Cristina Castel-Branco um conjunto de citações de poetas e de ficcionistas portugueses: Fernando Pessoa, Sophia, Miguel Torga, Eça de Queirós, António Gedeão, Sebastião da Gama, José Régio, Camilo Pessanha, Frei Agostinho da Cruz e Cristovam Pavia. E aqui é que surge o problema: nas páginas 58, 94 e 156 deste livro aparece escrito o nome do poeta como Cristóvão Pavia quando toda a gente sabe (devia saber…) que o nome é bem Cristovam Pavia. Também igualmente grave é o facto de aparecer como título do livro de onde é feita a citação «Círculo de Poesias» quando o «Círculo de Poesia» é o nome mas da colecção da Moraes Editores em cujo catálogo também tenho dois livros. Sei do que falo. Já agora o nome civil do poeta é bem Francisco António Flores Bugalho e a sua vida civil decorreu entre 1933 e 1968. Mas isso já é outra história. O Jô Soares tinha razão: esta juventude é um espanto…

1 comentário:

Anónimo disse...

Almada, terra das promessas...

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Viver Almada, vivê-la Juntos.