Nicolau Saião


SERENAMENTE


Com a naturalidade das coisas vivas e em progressão, a “Editorial Escrituras” de S.Paulo, com o contributo do IPLB lusitano, continua a sua caminhada.
Dentro de dias sairão antologias de Isabel Meyreles, Armando Silva Carvalho, João Barrento e do signatário.
Para o ano que está à porta já se seleccionaram as que se debruçarão sobre Maria Estela Guedes, Saul Dias, Luiz Pacheco, Luiza Neto Jorge, José do Carmo Francisco, Carlos Garcia de Castro e António Barahona, em organização do responsável pela colecção (“Ponte Velha”) que lhes dá guarida, o poeta e crítico Floriano Martins – director, com Cláudio Willer, da revista “Agulha”.
A colecção pretendeu ser – e já é – uma ponte sobre o Atlântico, mar que deve a meu ver unir e não afastar dois países, dois mundos, duas vivências ligadas por um língua (para além das afinidades e do afecto mútuos).
E como não há 2007 sem 2008 (e 2009, 2010…) outros autores estão já em gostosa lista de espera.

De um dos que muito prazer tive em sugerir, cabendo-me a tarefa de dar corpo organizativo a esse livro em conjunto com F.M. – Carlos Garcia de Castro – se deixa aqui um dos poemas antologiados:


TALIDOMIDA

Nem voz nem mar nem fome nem destino.

Vem desarmado sem farol de incêndio,
não traz os vimes para lançar ao rio
dos seus abismos literais, o corpo.

É completo por dentro, o decepado,
nada lhe falta aos nervos da cabeça
nem aos miolos da razão endócrina.
Só não tem braços com que se abraçar
à pele da própria unha sem os dedos,
dos lábios quando falha, sem artelhos.

Cresceu e fez-se para ficar um tronco,
uma encomenda quase, ao tiracolo,
de anfíbio que se leva, adulto e berço,
da mesma forma em vida e no caixão.

Nem voz nem mar nem fome nem destino.

Dizem que Nietzsche era um homem louco,
que padecia às vezes de colite.
Por isso se vingara em Zaratrusta
e o dera a melindrar a Natureza

Quimicamente, os deuses desventrados.

(…) E a pena alcança confessar também
as outras formas de quem é perfeito(…)

Sem voz nem mar nem fome nem destino.

C.G.C – 1970

12 comentários:

Anónimo disse...

Boa sorte, os cães ladram e a caravana passa. Onde se podem adquirir os livros?

Anónimo disse...

A velha metáfora da ponte atlântica. Que vanguardistas da treta!

Anónimo disse...

"Sem voz nem mar nem fome nem destino".Pois é, pois é.
Mais respeito pela memória de Saúl Dias.

Anónimo disse...

Percebe-se quem é este neo-pimba como se estivesse com o seu verdadeiro nome: um poetastro nortenho especialista em dizer mal dos outros. Um académico de salão muito estúpido que pensava que os versos se faziam com diplomas.
Em resumo: um palhaço falhado.
E vem falar, este imbecil, na memória de Saul Dias? Quem não te conhecer que te compre (a livralhada de xaxa)ó lírico da treta.

Anónimo disse...

Qué iço carago de me kererem miter ó barulho? Eu sou pinba mas não sou palhasso, sou só um kamelo com meia-boça, morcões!

Anónimo disse...

Também percebi, pela referencia a Saul Dias, quem era este sujeito de boquinha suja. A sua folha de sacana e invejoso é bem conhecida nos meios literários como se costuma dizer na sua pátria de zarolhos.
Não lhe deixo aqui o nome por mera piedade e porque é um capacho demasiado baixo para merecer mais importancia.
Continua a ser um pulha, meu gordalhufo, que talvez te dêem o prémio nobel dos avacalhados, ó verme inchado.

Anónimo disse...

Ôi cara! Sabes como se faz cá no Brasil a sujeitinhos puxando a chulo de minina sem letra para barrar pão? Se lhe dá um pau de arara para meter no contrário do miolinho, sacou? Tu te dizes pimba, mas tu deve ser é veado mesmo, lambreta!

Anónimo disse...

Tenho reparado que os marginais que aqui vêm destilar a sua inveja óbvia, porque não podem pôr em causa a qualidade de Ruy Ventura e Nicolau Saião pois ninguém os levaria a sério, efectuam o que se chama ataque de cernelha, com apontamentos de pormenor que só os compromete. É lamentável que pessoas que andam nas letras e artes, como se infere pelo que dizem, tenham tão pouca dignidade.
Ainda não perceberam que não os podem atingir? É evidente que eles decerto se divertem, provavelmente incentivando com comentários cirurgicamente colocados, os tipos que os interpelam.
Isto digo eu, não quero estar a supor demais. Mas que eles têm experiencia em exacerbar os invejosos que aqui se expressam isso só os parvos é que não perceberiam.
Dito isto, também me parece que sei quem é o pimba aqui aparecido, será talvez um escritor nortenho que tem o hábito de dar a público livros muito bem arranjados, com vistosas capas mas, vai-se a ver e é só aparência.
Deixem-no em paz, não o gozem mais.
Aproveito para perguntar igualmente onde se podem arranjar os livros aludidos.

Ruy Ventura disse...

Quanto ao avacalhamento com dor-de-corno, não me pronuncio... Não sou tão rodilha que me abaixe a esfregões! Quanto à venda dos livros em questão, tanto quanto sei, na altura certa serão vendidos pelo menos na livraria do Centro Cultural Brasileiro, em Lisboa, ao Poço dos Negros.

Anónimo disse...

Este blogue fede, tal a misturada de heterónimos, entre a canzoada que ataca o tal poeta nortenho, com nome, mas que não é divulgado, por compaixão.
Deve ser por ser Natal.
Não deixa de ser curioso que só existam comentários quando alguém arma a barraca na "estrada sem alicerces".

Anónimo disse...

É verdade, não deixa de ser curioso o que diz o pai natal. Deve ser por inveja, claro, por maldade, por mediocridade e por estupidez cobarde.
Isso até uma rena percebe.Mesmo uma rena do sul, ou do centro...

E quem de facto fede é o pai natal, que como todas as coisas inventadas deve ser uma água suja já não direi do capitalismo mas da escrevinhação de cócoras.

Anónimo disse...

Eu cá por exemplo é só à esquerda. Dá-me mais gozo é mais trapalhona e esgalha melhor. E há alguns que preferem fazer com a parte de cima. São escritores vocais. No fim cheiram. É por causa da sensibilidade dos pontos cardeais.
Da autocrítica ribadouro (ou rabadoura).