AMADEU BAPTISTA
PREMIADO

O escritor Amadeu Baptista obteve o Prémio de Poesia e Ficção de Almada 2005, com a obra narrativa Estrela de Bizâncio, anunciou a autarquia local, que promove o galardão destinado a estimular a criação literária no concelho.
O autor, premiado com cerca de dois mil euros, foi escolhido, entre mais de uma dezena de concorrentes, por um júri formado por representantes da Câmara de Almada, Sociedade de Língua Portuguesa e Associação Portuguesa de Escritores.
O tema da edição do ano passado do prémio foi prosa de ficção.
O escritor, que tem vários livros de poesia editados em Portugal e no estrangeiro, recebeu o mesmo galardão em 2000, com a obra poética O Claro Interior.
Estrela de Bizâncio é o seu primeiro original em prosa.
Assinada com o pseudónimo de Paulo Andrade, a narrativa evoca os tempos de vida de uma mulher que, em registo de confissão, relembra passagens da sua infância, juventude e velhice: os amores, a guerra, a morte.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do júri, José Costa Ideias, justificou a atribuição do prémio salientando no inédito de Amadeu Baptista "a qualidade poética do discurso e o rigor da expressão literária e da construção da ficção".
Amadeu Baptista contou à Lusa que Estrela de Bizâncio começou por ser "um poema excessivamente longo", mais tarde condensado num "monólogo narrativo".
Apesar de escrever "por instinto" e de forma "torrencial", o autor revelou que a obra faz uma referência "subliminar" à segunda invasão do Iraque, em 2003, pelas forças aliadas ocidentais.
Amadeu Baptista acrescentou que a obra é "um libelo contra a guerra" e que alude a "Bizâncio, ou Constantinopla, ou Istambul para universalizar a temática anti-bélica".
Nascida na Grécia Antiga com o nome de Bizâncio, a cidade de Constantinopla (actual Istambul, na Turquia) foi, durante séculos, a capital do Império Romano do Oriente e palco de várias guerras.
Natural do Porto, Amadeu Baptista, de 52 anos, é membro da Associação Portuguesa de Escritores e do PEN Clube Português, exercendo a sua actividade profissional como produtor de exposições na Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, em Almada.
Os seus poemas já foram traduzidos para castelhano, catalão, francês, hebraico, italiano, inglês, neerlandês e romeno.
O escritor tem colaborações dispersas em jornais, revistas, livros colectivos e antologias de diversos países da Europa e América Latina.
Em 2001 organizou uma antologia de poesia e prosa brasileira contemporânea e uma outra de poesia e fotografia sobre o concelho de Almada.
O autor tenciona publicar em Março um novo livro de poemas, intitulado Negrume, e, em 2007, uma antologia da sua obra poética.
Além disso, está a finalizar um outro livro de poesia e a escrever uma pequena novela.
"A prosa é um projecto que me agrada e que ambiciono cada vez mais, embora verifique que requer dedicação e disponibilidade que não tenho, de todo", confessou.
Instituído desde 1995, o Prémio de Poesia e Ficção de Almada visa galardoar autores que nasceram, residem ou trabalham no concelho.

A notícia é da Agência LUSA. "Estrada do Alicerce" acrescenta apenas uma profunda adesão à poesia de Amadeu Baptista. Poderá parecer redundância escrevê-lo, mas nunca é excessivo afirmar que se trata de uma obra fundamental na poesia portuguesa contemporânea.

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